O encerramento do Programa Nacional das Escolas Cívico-Militares (Pecim) põe fim à doutrinação e adoração ao ensino do conhecimento por meio dos fundamentos vindos dos quartéis. Ao menos com dinheiro público federal.
Governadores e prefeitos de direita anunciaram que devem assumir os custos dessas escolas em suas regiões, alimentando uma prática vista por muitos como doutrinária, baseada na ultradisciplina e na fé cega nas forças militares.
Só no ano passado, o Pecim custou R$ 64 milhões aos cofres públicos.
Nesta quinta-feira (13) o ministro da Educação, Camilo Santana (PT-CE), negou que as escolas serão fechadas. Segundo o titular do MEC, os alunos não serão prejudicados pela decisão.
“Quero garantir aos estudantes das 202 escolas integrantes do Programa Nacional das Escolas Cívico-Militares (Pecim), e a seus familiares, que não haverá fechamento de unidades e tampouco prejuízo aos alunos”, declarou Camilo Santana.
A retirada dos militares das escolas não será imediata. Segundo o MEC, a transição será gradual. A psicopedagoga Ana Paula Barbosa explicou a decisão do MEC de retirar os militares do programa aos poucos, para não prejudicar a rotina da escola:
“Não vai ser uma saída rápida. O MEC orientou que a retirada desses militares seja feita aos poucos, para que não prejudique a rotina da escola”, afirma Barbosa.
ES tem 10 escolas cívico-militares
No estado, uma 11ª unidade estava em fase de estudo para ser implementada, em São Gabriel da Palha, na Região Noroeste, mas a prefeitura não deve prosseguir com o projeto. Na Região Metropolitana de Vitória, são seis escolas. As prefeituras informaram que vão manter as unidades, mesmo com o fim do programa federal.