Anéis, pulseiras, relógios, cordões, peças em ouro, quadros e uma infinidade de presentes recebidos pelo ex-presidente Jair Bolsonaro podem ter virado dinheiro vivo para a quadrilha de assessores que orbitava o Palácio do Planalto, em Brasília.
A Operação Lucas 12:2, deflagrada pela Polícia Federal contra o ex-advogado de Bolsonaro, Frederick Wassef, e na residência do general Mauro Cesar Lourena Cid, pai do ex-ajudante de ordens de Jair Bolsonaro Mauro Cesar Barbosa Cid, preso em Brasília, é um soco no estômago da democracia.
Mas nada há encoberto que não haja de ser descoberto; nem oculto, que não haja de ser sabido.
Todos são acusados de desvios de joias e outros bens de valor obtidos pelo ex-ajudante de ordens em viagens oficiais no governo Bolsonaro e sua posterior venda ilegal no exterior.
A PF colheu indícios de que o pai de Cid, o general Cid, teria participado da venda dessas joias e chegou a emprestar sua conta bancária no exterior para o recebimento de valores desses negócios.
A investigação também detectou que Wassef entrou no esquema com o objetivo de recomprar parte desses bens para devolvê-los ao Tribunal de Contas da União (TCU) quando as apurações começaram a mirar as joias dadas a Bolsonaro.
Os investigados são suspeitos de usar a estrutura do governo brasileiro "para desviar bens de alto valor patrimonial, entregues por autoridades estrangeiras em missões oficiais a representantes do Estado brasileiro, por meio da venda desses itens no exterior", informou a PF.
Os valores obtidos dessas vendas foram convertidos em dinheiro em espécie e ingressaram no patrimônio pessoal dos investigados, afirmou a polícia.