Brasil São ridículos
Acusada de fraude em CNH tem celular apreendido e acaba indiciada por atos golpistas
Processo foi enviado ao Supremo Tribunal Federal
14/08/2023 15h57 Atualizada há 1 ano
Por: Redação
Jussara Sakamoto deve ter esquecido de apagar as imagens que a comprometem.

Jussara Sakamoto vinha sendo investigada pela Polícia Civil de São Paulo sobre um suposto esquema de fraude de Carteira Nacional de Habilitação (CNH).

No entanto,  com a apreensão do celular de d suspeita, a polícia encontrou vídeos e áudios que mostram que ela participou da invasão ao Palácio do Planalto, na tarde de 8 de janeiro, em Brasília.

Jussara Sakamoto mora em Presidente Prudente (SP) e defendeu "invadir o Congresso" e "queimar a ratoeira", segundo as mensagens coletadas pela Polícia Civil. Devido à descoberta, o caso foi enviado ao Supremo Tribunal Federal (STF).

A defesa dela afirma que Sakamoto é inocente e alega que o mandado de busca foi ilegal e que teria exposto "informações de caráter pessoal e íntimo da investigada.

Sakamoto tirou fotos dentro do Planalto utilizando uma máscara do tipo PFF2, mas saiu do local sem ser presa. Antes, ela também gravou um vídeo na rampa do Congresso, declarando:

"Nós estamos aqui e essa nação é nossa! A guerra está só começando! Vamos colocar fogo na ratoeira", afirmou, de acordo com a transcrição feita pela Polícia Civil.

Também foram encontradas, pela Polícia Civil de São Paulo, diversas mensagens, em seu celular, nos dias anteriores ao 8 de janeiro, que mostram Sakamoto organizando ônibus para irem a Brasília.

Em um áudio, ela diz: "Nós tamo (sic) indo invadir Brasília amiga. Nós vamos invadir o congresso. Tamo saindo daqui hoje 11 horas da noite, muita gente".

Ainda havia uma foto, em seu celular, em um acampamento, em frente a uma faixa que diz "Socorro Forças Armadas" e "Salve o poder judiciário com a dissolução da atual composição".

A investigação começou em junho do ano passado, após o registro de um boletim de ocorrência sobre a compra de uma CNH falsa.

A polícia solicitou, então, uma busca e apreensão contra Jussara e outra pessoa. A suspeita é que as duas estariam utilizando um escritório de advocacia para realizar o esquema de falsificação.

Entretanto, houve uma demora na investigação, e o pedido, formulado em outubro do ano passado, só foi autorizado em janeiro deste ano pela Justiça.

Com isso, quando celular foi apreendido, havia dezenas de mensagens, áudios e vídeos mostrando que Jussara mobilizou as pessoas para irem a Brasília e esteve presente no 8 de janeiro.

A descoberta levou o caso a ser enviado inicialmente para a Justiça Federal.

O Ministério Público Federal (MPF), contudo, defendeu o envio ao STF, onde já tramitam outras investigações sobre os mesmos acontecimentos, o que foi aceito.

O MPF afirmou que há suspeita dos crimes de abolição violenta do Estado Democrático de Direito, golpe de Estado e incitação ao crime.