Evitar o consumo de bebidas açucaradas, como refrigerantes, é uma recomendação dos médicos devido aos prejuízos que esses alimentos podem trazer à saúde. E um novo estudo reforça ainda mais essa reprovação.

Uma pesquisa do Brigham and Women's Hospital, ligado à Universidade Harvard, associa essas bebidas a um aumento de 85% no risco de câncer de fígado e um incremento de 68% na mortalidade por doença hepática crônica, conhecida como cirrose.

“Estudos mostram cada vez mais a ligação entre alimentação e o risco de câncer. É fundamental estar atento e evitar o consumo de comidas que contribuem para o surgimento de neoplasias. Os refrigerantes têm alta concentração de açúcar e sódio, o que é bastante prejudicial à flora intestinal e essa pesquisa traz mais um grande motivo para que essa bebida não seja consumida, principalmente em excesso”, destacou a médica oncologista Virgínia Altoé Sessa.

Pesquisadores analisaram dados de quase 100 mil mulheres na pós-menopausa. As participantes relataram com que frequência consumiam refrigerantes açucarados e sucos de frutas industrializados em uma escala de “nunca ou menos de uma vez por mês” a “6 ou mais por dia”.

O estudo revelou que 6,8% das mulheres que consumiram uma ou mais bebidas açucaradas diariamente tiveram um risco 85% maior de câncer de fígado e 68% maior de mortalidade por doença hepática crônica, em comparação com aquelas que ingeriram menos de três bebidas açucaradas por mês.

“Ainda não havia estudos que associavam o consumo dessas bebidas ao risco de câncer de fígado, por isso são necessárias outras pesquisas complementares, mas é importante estar ciente dos malefícios desses alimentos. Não precisa ser radical e eliminar totalmente, mas a ingestão deve ser equilibrada e eventual”, explicou a médica oncologista.

Virgínia ressaltou, ainda, sobre outros alimentos que devem ser evitados. “Evidências científicas já nos mostram que alguns alimentos trazem risco aumentado de câncer. É o caso dos ultraprocessados, como salsicha, mortadela, presunto, além do excesso de sal, de carnes vermelhas e aqueles de alto teor calórico. Por isso, é muito importante adotar uma alimentação saudável, e isso deve começar já na infância”, completou a médica oncologista.