Estudos científicos já relacionaram enfermidades na cavidade oral à doenças cardiovasculares, câncer na região da cabeça e pescoço, e, agora, uma nova pesquisa aponta para o risco de desenvolver demências.
Estudos realizados pela pesquisadora Bei Wu, doutora e professora da Universidade de Nova Iorque (EUA), revelaram que quanto mais a pessoa perde dentes, maiores as chances de desenvolver algum tipo de demência.
Algumas respostas para essa consequência da perda de dentes é a deficiência de alguns nutrientes, já as falhas dentárias trazem dificuldades na mastigação, fazendo com que a pessoa consuma menos alimentos, ocasionando em uma deficiência nutricional.
Esse déficit de nutrientes pode comprometer regiões do cérebro, provocando demência, a exemplo da Vitamina D que, segundo o estudo, é capaz de inibir a atividade de certas citocinas relacionadas a periodontite e demência.
Na avaliação da cirurgiã dentista Beatriz Coutens, o estudo reforça a necessidade dos cuidados diários com a saúde bucal, inclusive na terceira idade.
“Problemas bucais, como cáries, gengivites e periodontite, comprometem a qualidade de vida de pessoas de todas as idades, especialmente dos idosos, que terão mais dificuldade de se alimentarem adequadamente. E por terem imunidade mais comprometida, ficam propensos a terem complicações desencadeadas pelas doenças que se originaram na boca”, alertou a especialista.
Beatriz, que também é dentista oncológica, ressaltou que o acompanhamento odontológico na terceira idade é fundamental para evitar doenças.
“A perda de dentes é comum na terceira idade, e isso ocorre, muitas vezes, devido à falta de cuidados adequados com a escovação, limpeza da boca e consultas regulares ao dentista. É cada vez mais evidente a necessidade de priorizar a saúde da boca como forma de prevenir doenças graves, como tumores malignos e demências, que geralmente afetam pessoas mais idosas”, esclareceu a profissional.
Além da perda dos dentes, outros problemas bucais comuns na terceira idade são doenças são doenças periodontais, alteração no paladar, dificuldade de mastigação e deglutição e úlceras (lesões) decorrentes de próteses inadequadas.
“Para se chegar à terceira idade com dentes fortes e saudáveis, é fundamental priorizar a saúde odontológica como se prioriza qualquer outra parte do corpo. Estatísticas apontam que a população idosa está em pleno crescimento, por isso é importante se preparar para envelhecer bem, adotando hábitos que previnem enfermidades, inclusive as que são mais comuns na terceira idade”, finalizou a cirurgiã dentista Beatriz Coutens.
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