As autoridades brasileiras acabam de descobrir o que todo mundo já sabia: a facção criminosa Primeiro Comando da Capital (PCC) já fatura mais de R$ 4,9 bilhões por ano e possui uma rede de tráfico internacional, que inclui países da Europa, Paraguai, Argentina, Venezuela e Uruguai.
A maior facção criminosa de São Paulo tem 75% do seu faturamento no tráfico internacional, segundo o promotor Lincoln Gakiya, do Grupo de Atuação Especial de Repressão ao Crime Organizado (Gaeco) do Ministério Público.
"A facção se tornou tema de preocupação em diversos países europeus. Na medida em que eles se consorciaram com as organizações mafiosas do Leste Europeu, passaram a lavar dinheiro e ganharam sofisticação", afirma Lincoln Gakiya.
Dois terços do faturamento vêm do tráfico internacional, segundo as investigações.
O comércio da cocaína tipo exportação se tornou tão lucrativo que o grupo dispensou outras fontes de arrecadação para arcar com suas despesas.
Em novembro passado, a organização criminosa aboliu a cobrança da mensalidade de R$ 950 de seus integrantes em liberdade, conhecida como cebola, assim como as rifas que fazia para arrecadar fundos para o caixa da organização.
Uma operação recente da Polícia Federal ilustra a atuação dos criminosos do PCC em conjunto com integrantes de quadrilhas internacionais.
Batizada de Dontraz, a operação prendeu o sérvio Aleksandar Nesic, apontado pelos investigadores como representante no Brasil da máfia dos Balcãs, responsável pela exportação da cocaína para distribuição no mercado europeu, usando a logística de membros do grupo criminoso.
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