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Apesar da crise ambiental global, queimamos mais de 8 bilhões de toneladas de carvão em 2023
Tragédia ecológica já é inevitável, mas destruição não para
16/12/2023 09h18 Atualizada há 9 meses
Por: Redação
Mesmo diante dos sinais iminentes de catástrofe, poluição continua

O consumo global de carvão na geração de energia deve superar, pela primeira vez, 8,5 bilhões de toneladas em 2023, um crescimento de 1,4% em relação ao ano passado, mostra relatório da Agência Internacional de Energia (IEA, em inglês), publicado hoje.

Em 2022, a geração de usinas a carvão já havia sido recorde, saltando 8,5% de 2020-2021 (aumento de 750 TWh em base líquida), para 9.600 TWh. Mais de 85% dessa geração veio de 10 países, com China, Índia e EUA sozinhos respondendo por 72%.

De acordo com a IEA, apesar do aumento global, há diferenças acentuadas entre regiões. Na maioria dos países ricos, a previsão é uma queda significativa na demanda, chegando a 20% em mercados da União Europeia e Estados Unidos.

Na Ásia, no entanto, a trajetória vai em outro sentido: o consumo deve aumentar 8% na Índia e 5% na China em 2023 devido à crescente demanda por eletricidade e à fraca produção de energia hidrelétrica.

Mas também é na Ásia que mais da metade da expansão global de capacidade renovável deve ocorrer.

A China, que atualmente responde por mais da metade da demanda mundial por carvão, é ao mesmo tempo uma potência em energia limpa, respondendo por cerca da metade das adições de energia eólica e solar, além de mais da metade das vendas globais de veículos elétricos em 2023.

Esse movimento em direção às renováveis levou a IEA a estimar uma queda de 2,3% na demanda global por carvão até 2026 em comparação com os níveis de 2023. A expectativa é que demanda chinesa por carvão diminua em 2024 e se estabilize até 2026.

Esse declínio dependerá do ritmo de implantação de energia limpa, condições climáticas e mudanças estruturais na economia chinesa.