Aliados no plano nacional, PT e PSB podem tomar rumos diferentes nas eleições para prefeito de Vitória, capital do Espírito Santo. Isto porque uma ala do PSB está mais próxima de formar maioria para apoiar a possível candidatura do ex-prefeito de Vitória, Luiz Paulo Velozo Lucas (PSDB).
Outra corrente mantém o apoio ao também ex-prefeito de Vitória, João Coser (PT), que já enfrentou Pazolini nas urnas e foi derrotado em segundo turno. Por outro lado, Coser tem o aval do presidente Lula para disputar a prefeitura em Vitória. As informações são de uma fonte graduada dentro do PSB, que conversou com a coluna por telefone.
Para quem não acreditava que o ano começaria realmente depois do Carnaval, o deputado estadual de ultradireita, Capitão Assumção (PL) mandou um recado e tanto ao chamar o prefeito de Vitória, Lorenzo Pazolini (Republicanos) de "Moleque", do alto da tribuna do plenário da Assembleia Legislativa do Espírito Santo.
O parlamentar acusa Pazolini de usar uma "mílicia digital" para minar a candidatura de Assumção à PMV. O argumento que circula nas redes é que duas candiaturas de direita em Vitória favoreceriam a esquerda de João Coser.
O movimento é um só: minar a reeleição de Pazolini que, por ter a máquina administrativa da capital nas mãos, tem vantagem enorme em relação aos adversários. Analistas avaliam que uma reeleição cacifa Pazolini a disputar o Governo do Estado já em 2026.
O PSB, partido do governador Renato Casagrande, parece rachado quanto à escolha entre Coser e Luiz Paulo, lembrando que ambos podem representar o passado que enfrenta o novo, mas um novo que não se saiu tão bem quanto o esperado.
No mercado político, Pazolini é tido como um administrador mediano, que cumpriu a cartilha liberal, deixando para entregar obras importantes no fim do seu mandato. O racha com a sua vice-prefeita, Capitã Estefani, que chegou ao ponto do prefeito tomar o microfone das mãos da Capitã, reverberou mal, mostrando um misto de misoginia e machismo por parte de Pazolini.
Já Capitão Assunção vem num movimento crescente capitaneado pelo senador Magno Malta (PL) e acompanhado pelo deputado federal Gilvan da Federal, que ficaram insatisfeitos com a falta de apoio do prefeito ao ex-presidente Jair Bolsonaro, ao então candidato ao Governo do Estado, Carlos Manato, e aos candidatos de direita que empenharam seus mandatos para eleger Pazolini em 2020. A conta chegou.