Política Censura, Zé?
Após fala desastrosa sobre autistas, Zé Preto tenta tirar reportagem do ar
Juiz eleitoral negou liminar para que veículo de comunicação de Guarapari retirasse da sua programação entrevista em que deputado chama o Transtorno do Espectro Autista de fatalidade
25/08/2024 18h16 Atualizada há 3 meses
Por: Redação
Foto Alexandre Damazio - Deputado, candidato a prefeito de Guarapari, pediu na Justiça a retirada do ar de entrevista em que chama autismo de fatalidade

Após a fala desastrosa sobre o Transtorno do Espectro Autista (TEA), que causou constrangimento na sociedade de Guarapari, o deputado estadual Zé Preto (PP) ingressou na Justiça para censurar uma emissora de comunicação que veicula a infeliz declaração do parlamentar. 

A Justiça eleitoral, porém, negou a ação interposta por Zé Preto,  que também é candidato à prefeitura de Guarapari.

Na declaração, feita na última quarta-feira (21), o político usou o termo “fatalidade” ao se referir ao Transtorno do Espectro Autista (TEA) e ainda disse que o cuidado com autistas estaria adoecendo os professores da rede municipal.

Na decisão, o juiz Gil Velloso Taddei, explica que não há conteúdo ofensivo, mas apenas o exercício legal da liberdade de expressão do veículo de comunicação.

“Para esclarecimento, foi apresentada pelo representante uma carta explicativa. Não obstante, o representado (ES em Foco), por meio de sua empresa, teria feito o seguinte comentário: "Após fala desastrosa, Zé Preto se cala e divulga apenas uma carta contendo preconceito ao dizer que tem dois funcionários com filhos autistas, ou seja, diferencia-os dos demais". Em uma análise sumária, entendo que a publicação realizada reflete, em essência, uma opinião particular do representado, sem conteúdo ofensivo, e no exercício legítimo de sua liberdade de expressão.”, diz trecho da ação.

Entenda o Despreparo

Zé Preto fez uma declaração polêmica à imprensa local, durante entrevista à TV Guarapari na última quarta-feira (21). O político usou a palavra "fatalidade" ao se referir ao autismo e ainda disse que o cuidado com as crianças estaria adoecendo os professores da rede municipal. Em seguida, divulgou uma carta aberta pedindo desculpas e não deu mais declarações sobre o ocorrido.

O TEA é um distúrbio do neurodesenvolvimento que afeta a forma como o indivíduo se relaciona com o mundo ao seu redor. Caracteriza-se por dificuldades na comunicação e interação social, comportamentos repetitivos e interesses restritos, entre outros. O diagnóstico é realizado por uma equipe multidisciplinar e o laudo final é realizado pelo médico neuropediatra ou psiquiatra infantil.