O verão de 2025 no Hemisfério Sul começa no dia 21 de dezembro de 2024 e termina no dia 20 de março de 2025 às 0h06 (horário de Brasília).
Com a chegada do verão e o aumento das temperaturas, pacientes em tratamento contra o câncer precisam redobrar os cuidados para garantir a segurança e a continuidade do tratamento.
Esse grupo, muitas vezes imunossuprimido devido à quimioterapia ou radioterapia, enfrenta riscos mais elevados de infecções e outros efeitos colaterais agravados pelo calor.
De acordo com o Instituto Nacional de Câncer (INCA), a imunossupressão decorrente do tratamento oncológico aumenta a vulnerabilidade a infecções, especialmente em ambientes com altas temperaturas, que favorecem a proliferação de microrganismos nos alimentos, por exemplo.
Além disso, a desidratação e a exposição solar inadequada podem intensificar sintomas como fadiga e sensibilidade da pele.
A oncologista clínica Juliana Alvarenga explica que o calor excessivo pode afetar o equilíbrio do corpo e provocar um quadro de desidratação, fazendo com que a respiração fique mais acelerada e ocorra a diminuição da pressão arterial, podendo provocar desmaios, por exemplo.
“Para evitar o problema, é preciso beber água de forma adequada. As pessoas submetidas a altas temperaturas devem dar preferência a alimentos frescos e leves, e evitar o consumo de comidas gordurosas e de frituras. No caso de pacientes em tratamento oncológico, uma dica saborosa, nutritiva e refrescante é consumir frutas congeladas, mas, evitando as frutas cítricas, pois podem agredir a mucosa bucal”, orienta a médica.
Evitar exposição direta ao sol também é recomendado, especialmente para pacientes em tratamento com a radioterapia, que pode deixar a pele mais sensível, tornando a exposição solar direta um risco para queimaduras e reações adversas.
“O uso de protetores solares com fator de proteção 30 ou superior, aliado a chapéus e roupas leves, são fundamentais. Sempre que possível, orientamos que esses pacientes frequentem locais bem ventilados e frescos, para evitar a exposição a temperaturas excessivamente elevadas”, explica Alvarenga.
O hematologista Douglas Covre Stocco destaca ainda que, por conta da imunossupressão causada pelo tratamento quimioterápico, os pacientes também devem tomar muito cuidado com o risco de infecção. Segundo ele, evitar locais de aglomeração e cuidar da conservação dos alimentos nesse período ajuda os pacientes a reduzir o risco de infecções respiratórias e alimentares.
“O calor acelera a velocidade da ação de bactérias sobre os alimentos mal armazenados, o que aumenta o risco de contaminação alimentar. É essencial que os alimentos sejam bem cozidos e consumidos logo após o preparo”, destaca.
Sinais
O próprio paciente e seus familiares e acompanhantes devem conhecer os sinais da desidratação, para evitar que o quadro se agrave.
“Sensação de boca seca, tontura e urina muito concentrada e escura são alguns dos sinais. O paciente também pode apresentar um quadro de fraqueza, irritabilidade e dificuldade de concentração”, enumera Stocco.