O deputado estadual e ex-prefeito de Colatina, Sérgio Menegueli (Republicanos), conversou com o Portal Rede de Notícias e disse que o governador Renato Casagrande (PSB) não liberou recursos em sua administração (2017-2020) e que nunca "prestigiou um desfile escolar na cidade".
"Casagrande não me deu um centavo e eu deixei a prefeitura com saldo positivo, governei com recursos próprios", afirmou o parlamentar.
Menegueli ainda rasgou elogios ao ex-governador Paulo Hartung, recém-filiado ao PSD, e um possível rival do próprio Menegueli numa eventual disputa ao Senado.
"Hartung me ajudou a recapear a cidade, deu à prefeitura entorno de R$ 10 milhões", afirmou o deputado, que foi ainda mais incisivo:
"Ele (Casagrande) não estava pagando minhas emendas de deputado. Eu comecei a criticar, fui na APAE, falei que ele estava tirando dinheiro (...), agora ele (Casagrande) está pagando tudo", revelou Sérgio Menegueli.
As alfinetadas de Menegueli a Casagrande chegam no momento em que o atual prefeito de Colatina, Renzo Vasconcelos (PSD), declara apoio a Paulo Hartung e se afasta ainda mais do governador do Espírito Santo.
Para Menegueli, mesmo com essa disputa no tapete estadual, Renzo Vasconcelos não pode cair na tentação do enfrentamento ao governo.
"Vi pelas redes sociais que o prefeito foi a Brasília, conversou com o senador Contarato e com a bancada capixaba. Se começar uma política de dizer que o governador está perseguindo por divergência partidária, vai ser ruim para ele (Renzo)", disse Menegueli.
Análise local
Em Colatina, as forças políticas se dividem e apontam para uma insatisfação com a atual administração, vista como ineficiente.
A inabilidade de Renzo Vasconcelos ao conduzir a máquina pública e conflitos internos, além da falta de diálogo, têm engessado a administração, que patina com resultados pífios.
Seguidas denúncias de assédio sexual e indícios de improbidade também têm afastado apoiadores em todas as esferas de poder.
No caso mais recente, um secretário de Renzo Vasconcelos é acusado de assediar, ameaçar e constranger uma servidora.
Em outra frente, um secretário é acusado de manter participação societária em uma empresa com contrato com a prefeitura.
Nos bastidores, a ida de Renzo Vasconcelos a Brasilia nesta semana com parte dos secretários municipais foi uma tentativa desesperada de mostrar unidade da equipe.
Na prática, a visita não trouxe resultados ou recursos por meio de emenda, nem mesmo promessas de ajuda financeira.