Uma semana depois de receber o governador Renato Casagrande (PSB) em Colatina, o prefeito da cidade, Renzo Vasconcelos (PSD), circulou por um festival de música local apresentando o prefeito de Vitória, Lorenzo Pazolini (Republicanos), como seu candidato ao governo em 2026.
Pazolini chegou a subir ao palco do Fenaviola e foi saudado efusivamente por Renzo Vasconcelos, ao lado do cantor Sergio Reis. Em seu discurso, o prefeito de Colatina não pediu votos para Pazolini, mas deixou claro a sua preferência política para ocupar o Palácio Anchieta.
Já quando desceu do palanque e circulou com o prefeito da capital entre o público, Vasconcelos chegou a dizer para algumas pessoas que Pazolini será o próximo governador do Estado.
Políticos ligados ao governador Renato Casagrande presentes ao evento estranharam a postura de Vasconcelos que, uma semana antes, recebeu Casagrande, posou para fotos e declarou que estava se aproximando do governador na tentativa de atrair investimentos para a cidade.
O governador Renato Casagrande não pisava em Colatina desde dezembro de 2024, quando visitou a cidade para entregar um Centro de Ciências inacabado junto ao então prefeito, Guerino Balestrassi.
Casagrande apoiou abertamente a reeleição de Guerino, que acabou perdendo para máquina financeira de Renzo Vasconcelos, cuja família controla uma universidade, um hospital e ainda investe no agronegócio local.
A relação de Renzo e Casagrande azedou de vez após o prefeito abrir as portas do PSD para o maior desafeto de Casagrande, o ex-governador Paulo Hartung. Renzo Vasconcelos chegou a ir para São Paulo participar da filiação de Hartung ao seu partido, posando para fotos ao lado do dono do PSD, Gilberto Kassab.
Festeiro, o prefeito de Vitória desfilou com desenvoltura pelo festival. Pazolini vem intensificando as agendas no interior do Estado na tentativa de popularizar sua imagem e interiorizar seu projeto de chegar ao Palácio Anchieta e ocupar a cadeira mais importante do Espírito Santo.
Resta saber como o governador Renato Casagrande vai encarar essa aproximação de Vasconcelos e Pazolini, uma vez que Casagrande tenta reunir um exército eleitoral entorno do seu vice, Ricardo Ferraço, candidatíssimo à sucessão governamental em 2026.