Sempre lotados, os hospitais públicos e Unidades de Saúde do Brasil são a única opção dos brasileiros que não têm plano de saúde ou que não podem pagar por uma consulta, exame ou tratamento médico particular.
Eleitos por esses brasileiros que sofrem com o descaso dos políticos, deputados e senadores receberam R$ 100,5 milhões em reembolsos em consultas, exames e tratamentos médicos, tudo pago pelo eleitor pobre e humilhado nas eternas filas dessas unidades públicas de Saúde.
É o que mostra um levantamento feito junto à Câmara, num esquema de repasses que beneficiou 584 deputados de diferentes legislaturas.
Entre fevereiro de 2019 e abril de 2025, apenas a Câmara dos Deputados desembolsou R$ 39,7 milhões em reembolsos, beneficiando 584 parlamentares.
Já o Senado contabilizou R$ 60,8 milhões no mesmo período. Os dados foram obtidos via Lei de Acesso à Informação (LAI) e cruzamento com informações do Portal da Transparência.
O plano de saúde do Congresso Nacional cobre hospitais de excelência em todo o país, como Sírio-Libanês, Albert Einstein, Rede D'Or e DF Star.
O Senado afirmou que todos os pedidos de ressarcimento passam por análise técnica.
Os valores do reembolso são limitados a 20 vezes o valor que consta na tabela de serviços, mas também não existe limite de solicitações.
Na Câmara, não há limite para a quantidade de pedidos de reembolso — cada nota, no entanto, não pode ultrapassar R$ 135,4 mil.
Esse teto individual foi elevado em março de 2021, por decisão do então presidente Arthur Lira (PP-AL), sob o argumento de “inflação médica”. O reajuste foi de 170%, enquanto o IPCA acumulado no período foi de apenas 32%.