Política Absurdo Completo
Você tem plano de saúde? Deputados e senadores receberam R$ 100 milhões em despesas médicas
De uma consulta simples a tratamento nos melhores hospitais do Brasil, parlamentares não pouparam o dinheiro público e gastaram com força para manter a própria saúde
22/06/2025 17h50 Atualizada há 10 horas
Por: Redação
Foto Alexandre Damazio - Tem brasileiro que morre na fila do SUS. Tem deputado que cura gripe no melhor hospital do país. No fim, quem paga a conta somos nós.

Sempre lotados, os hospitais públicos e Unidades de Saúde do Brasil são a única opção dos brasileiros que não têm plano de saúde ou que não podem pagar por uma consulta, exame ou tratamento médico particular.

Eleitos por esses brasileiros que sofrem com o descaso dos políticos, deputados e senadores receberam R$ 100,5 milhões em reembolsos em consultas, exames e tratamentos médicos, tudo pago pelo eleitor pobre e humilhado nas eternas filas  dessas unidades públicas de Saúde.

É o que mostra um levantamento feito junto à Câmara, num esquema de repasses que beneficiou 584 deputados de diferentes legislaturas.

Entre fevereiro de 2019 e abril de 2025, apenas a Câmara dos Deputados desembolsou R$ 39,7 milhões em reembolsos, beneficiando 584 parlamentares.

Já o Senado contabilizou R$ 60,8 milhões no mesmo período. Os dados foram obtidos via Lei de Acesso à Informação (LAI) e cruzamento com informações do Portal da Transparência.

O plano de saúde do Congresso Nacional cobre hospitais de excelência em todo o país, como Sírio-Libanês, Albert Einstein, Rede D'Or e DF Star.

O Senado afirmou que todos os pedidos de ressarcimento passam por análise técnica.

Os valores do reembolso são limitados a 20 vezes o valor que consta na tabela de serviços, mas também não existe limite de solicitações.

Na Câmara, não há limite para a quantidade de pedidos de reembolso — cada nota, no entanto, não pode ultrapassar R$ 135,4 mil.

Esse teto individual foi elevado em março de 2021, por decisão do então presidente Arthur Lira (PP-AL), sob o argumento de “inflação médica”. O reajuste foi de 170%, enquanto o IPCA acumulado no período foi de apenas 32%.