Saúde Esperança
Brasileiro desenvolve método para detectar Alzheimer 20 anos antes dos sintomas
Até 2030 mais de 75 milhões de pessoas devem ser diagnosticadas com a doença no mundo
12/07/2025 22h10 Atualizada há 18 horas
Por: Redação
Foto Internet - Apesar da relevância da pesquisa, equipe busca financiamento

O doutor em biotecnologia Gustavo Alves Andrade dos Santos, pesquisador colaborador da Unicamp e pós-doutor pela USP de Ribeirão Preto, lidera um estudo que busca detectar o Alzheimer por meio de biomarcadores encontrados na saliva.

A pesquisa, iniciada em 2012 durante seu doutorado, pretende criar um teste capaz de identificar o Alzheimer até 20 anos antes da manifestação dos primeiros sintomas clínicos.

“A saliva contém centenas de substâncias, muitas delas capazes de indicar alterações no organismo. Já sabemos que é viável detectar o Alzheimer dessa forma e agora vamos ampliar os estudos com grupos de diferentes faixas etárias”, afirma o pesquisador.

Segundo Santos, a Doença de Alzheimer hoje é classificada como uma doença em continuum, ou seja, ela se desenvolve lentamente e começa muito antes dos sinais evidentes de perda cognitiva.

O novo modelo inclui um estágio pré-clínico, quando as proteínas nocivas começam a se acumular no cérebro e uma fase prodromal, com sintomas leves e inespecíficos.

A principal vantagem do método com saliva é que ele é não invasivo, de baixo custo e fácil de aplicar em larga escala.

A expectativa é que a detecção precoce permita mitigar fatores de risco como sedentarismo, obesidade e alimentação inadequada, aspectos fundamentais para retardar o avanço da doença.

Com projeções de que até 2030 mais de 75 milhões de pessoas terão algum tipo de demência (a maioria com Alzheimer), iniciativas como essa ganham ainda mais relevância, especialmente em países de média e baixa renda como o Brasil.

A equipe do projeto também busca investidores para acelerar o desenvolvimento da tecnologia.