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Esqueceu o Viagra? Na balada tem. Até na praia tem gente vendendo o azul milagroso
Apesar da farra no uso de tadalafila e sildenafila, entre outros, especialistas alertam que substância pode até matar
27/07/2025 14h49 Atualizada há 14 horas
Por: Redação
Foto Internet

Nas baladas e até na areia da praia já é possível encontrar vendedores ambulantes oferecendo remédios indicados para o tratamento da disfunção erétil, tais como sildenafila e tadalafila, os mais conhecidos.

Em Vitória, estes vendedores montam pequenas bancadas nas calçadas ou circulam com um mostruário pendurado em locais badalados, como o Triângulo das Bermudas, na Praia do Canto, e a Rua da Lama, em Jardim da Penha.

Na vitrine ambulante presa ao corpo com cintos e cordas são oferecidos produtos diversos, como balas, papel de seda para enrolar cigarros, chicletes e os comprimidos azuis.

Na farmácia é possível comprar marcas similares ao Viagra, o famoso genérico, por R$ 8,00 uma caixa com quatro comprimidos.

Na balada, o preço explode nas alturas, e um único comprimido para incrementar a festa pode sair por até R$ 25,00.

Vendas explodem

A venda de tadalafila aumentou significativamente nos últimos anos. Em 2015, foram vendidas três milhões de caixas no Brasil; em 2022, esse número superou 64 milhões.

O uso recreativo é impulsionado por uma busca por segurança em encontros e pela pressão social para ter um desempenho sexual satisfatório.

A moda de vender estimulante para ereção chegou também às praias da Grande Vitória.

Em Manguinhos, balneário badalado da Serra, neste sábado, 27, um rapaz de 17 anos carregando uma bandeja oferecia cigarros, chicletes, fósforo, isqueiro e uma cartela de Viagra original por R$ 60,00

Um único comprimido saía por R$ 20,00.

E tem gente que compra. Segundo os vendedores, é possível vender até 10 comprimidos numa noite ou numa tarde, caso as vendas sejam na praia.

Em uma conta rápida e tirando uma média de R$ 2,00 por comprimido comprado na farmácia e revendido a R$ 20,00 nas ruas, o lucro presumido chega a 900%.

Saúde

Há casos também de jovens que usam o estimulante para turbinar o efeito de bebidas alcoólicas, o que agrava o risco de problemas de saúde e até colapso total.

Os riscos associados ao uso não supervisionado da tadalafila são alarmantes.

Médicos alertam que a superdosagem, especialmente em combinação com álcool ou outras drogas, pode levar a efeitos colaterais graves, como priapismo e problemas cardiovasculares.

Danilo Souza Lima da Costa Cruz, médico do Hospital Universitário Pedro Ernesto, enfatiza que pessoas com condições cardíacas não devem usar a substância sem orientação médica.

Além do uso recreativo, a tadalafila é vista como um "pré-treino" por alguns frequentadores de academias.