A morte da modelo Lygia Fazio, de 40 anos, na última quarta-feira (31) acendeu um alerta para o uso de algumas substâncias com fins estéticos.
A mulher veio a óbito após sofrer um acidente vascular cerebral (AVC), que ocorreu como consequência de complicações após aplicar silicone industrial e PMMA (polimetilmetacrilato).
O uso de silicone industrial com fins estéticos é considerado proibido pela Agência Nacional de Vigilância Sanintária (Anvisa).
O material tem como finalidades a limpeza de carros, impermeabilização de azulejos, vedação de vidros e outras utilidades.
A cirurgiã plástica Patricia Lyra ressaltou que muitos pacientes se submetem a este tipo de situação, enganados por falsas promessas. “Pessoas que se dizem especializadas vendem tais procedimentos como alternativa à cirurgia e injetam produtos que, na verdade, são prejudiciais à saúde”, alerta.
A cirurgiã explica que os riscos associados ao silicone industrial vão de deformidades no contorno corporal até morte do paciente. “Além disso, uma vez injetado, é praticamente impossível a retirada completa do produto”, avisa.
A dermatologista Thayla Campostrini explicou que esse material pode se espalhar para diversas parte do corpo, inclusive tempos depois da aplicação. “É um risco muito grande à saúde, mas algumas pessoas ainda optam por fazer uso por causa do custo mais baixo, porém pode acabar custando a vida, como infelizmente aconteceu com essa modelo”, ressaltou a médica dermatologista Thayla Campostrini.
A dermatologista alertou para a importância de buscar um profissional habilitado para realizar os procedimentos estéticos desejados. “Um profissional responsável irá levar em conta, primeiramente, a segurança e a saúde do paciente. E nem sempre é possível realizar o procedimento que o paciente deseja ao considerar isso”, destacou Thayla.
Já o PMMA (Polimetilmetracrilato) é uma substância plástica que pode ser usada em forma de gel e que tem a autorização da Anvisa em apenas duas situações específicas.
Uma delas é para correção de lipodistrofia (alteração no organismo que leva à concentração de gordura em algumas partes do corpo) provocada pelo uso de antirretrovirais em pacientes com síndrome da imunodeficiência adquirida (AIDS).
O outro caso é para fazer a correção volumétrica, que é uma forma de tratar alterações, como irregularidades e depressões no corpo, fazendo o preenchimento definitivo em áreas afetadas. Porém, por ser uma substância não reabsorvivel pelo organismo, não se recomenda seu uso com fins exclusivamente estéticos, pois caso a pessoa tenha complicações, elas tendem a ser crônicas e, muitas das vezes, graves.
A cirurgiã plástica Patrícia Lyra faz um alerta: “Sempre que o paciente quiser passar por algum procedimento estético, é fundamental se certificar que o produto utilizado é de boa procedência e procurar o profissional habilitado para isso: cirurgião plástico ou dermatologista”.
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