Bahia é o Estado mais perigoso do Brasil, revela Atlas da Violência 2025

Bahia foi o Estado com o maior número absoluto de homicídios registrados no Brasil em 2023, de acordo com dados divulgados pelo Atlas da Violência 2025, produzido pelo Fórum Brasileiro de Segurança Pública em parceria com o Ipea.

O Estado permanece no topo do ranking nacional, com índices alarmantes que reforçam a crise da segurança pública local.
Considerando números absolutos, a maior parte, 6.616 óbitos, foi registrada na Bahia. Com isso o estado teve 55,1% mais homicídios que o Rio de Janeiro, que está na segunda colocação, em 2023.

Entre os destaques do relatório, a Bahia aparece com as maiores taxas de homicídios entre jovens, sobretudo homens negros, e lidera em números absolutos de assassinatos, superando todas as outras unidades da federação.

Segundo o estudo, a taxa de homicídios entre jovens baianos (15 a 29 anos) alcançou 113,7 por 100 mil habitantes – mais de 11 vezes maior que a do estado de São Paulo, que registrou 10,2. O cenário é ainda mais grave entre os homens dessa faixa etária, com uma taxa de 220,6 por 100 mil.

Além disso, a Bahia está entre os três estados brasileiros com mais de 30 homicídios por 100 mil habitantes cometidos com armas de fogo, apresentando um índice de 36,6 por 100 mil.

No recorte por faixa etária, o Estado registrou 945 homicídios de adolescentes de 15 a 19 anos em 2023, uma leve queda de 4,8% em relação ao ano anterior, mas ainda com números elevados.

Outro dado preocupante é a posição da Bahia no ranking de homicídios de mulheres.

O Estado figura entre os quatro com as maiores taxas de assassinatos femininos no país. Já em relação aos chamados “homicídios ocultos” — mortes violentas com causas indeterminadas — houve uma queda significativa de 45,9%, passando de 255 registros em 2022 para 138 em 2023.

O relatório também destaca o viés racial da violência no Estado. A maioria das vítimas de homicídios na Bahia é composta por pessoas negras, o que evidencia a necessidade urgente de políticas públicas voltadas à redução das desigualdades raciais e sociais.