Acuado pelas várias acusações de corrupção em seu governo e fustigado pela Polícia Federal, o presidente Fernando Collor de Melo encenou uma reunião com taxistas para convocar seus apoiadores para as ruas, num grande levante contra àqueles que queriam jogá-lo na vala comum da história.
Não, amigo leitor, não erramos o nome do presidente em questão. É somente a mesma estratégia usada em 1992 que se repete agora, com o inelegível ex-presidente Jair Bolsonaro.
Tentando gerar uma narrativa que junta vitimização, desespero, medo da prisão e histeria coletiva, Bolsonaro quer reunir seus apoiadores pelas ruas e avenidas Brasil à fora.
O objetivo é demonstrar força diante de uma iminente prisão por tentativa de golpe fartamente documentada a mando do próprio presidente, que pediu para gravar uma das reuniões criminosas.
Naquele julho de 1992, as pessoas foram, sim, às ruas. Só que todas vestindo preto, em protesto ao governo corrupto, que acabaria deposto num processo de impeachment.
Bolsonaro convoca seus seguidores às ruas no dia 25 de fevereiro.
Bolsonaro pede aos aliados que não levem “qualquer faixa ou cartaz contra quem quer que seja” e afirma que pretende reunir apoio para se defender de todas as acusações que têm sido imputadas a ele.
“Mais do que discurso, uma fotografia de todos vocês, que são as pessoas mais importantes do evento, para mostrar ao Brasil e ao mundo a nossa união e que nós queremos: ‘Deus, pátria, família e liberdade’”, completa.
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