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Lipedema: Acúmulo de gordura deforma parte do corpo, mas tem tratamento

Doença é mais comum do que se imagina e muitas pessoas nem sabem que têm a enfermidade

03/06/2024 às 09h25 Atualizada em 03/06/2024 às 09h45
Por: Redação
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Foto Assessoria - Patricia Lyra, médica fala sobre a doença e faz alerta
Foto Assessoria - Patricia Lyra, médica fala sobre a doença e faz alerta

Olhar para o espelho e ver um corpo com características e contornos desiguais: da cintura para cima, formas sem excesso de peso; e nas partes inferiores um volume desproporcional de gordura. Como se dois corpos pertencessem a uma mesma pessoa.

Essa é a sensação de quem tem lipedema, doença que se manifesta pelo acúmulo de gordura desproporcional em algumas partes do corpo, como pernas, coxas, quadris e braços, e que afeta principalmente o público feminino.

Estima-se que uma em cada dez mulheres no mundo tenha lipedema, que ainda conta com um fator que dificulta ainda mais a vida das pacientes: o diagnóstico tardio.

Apesar de ser mais comum do que se imagina, especialistas estimam que muitas mulheres convivem com a doença e não sabem.

Para conscientizar a população sobre esse problema foi criada a campanha Junho Roxo, que tem como objetivo levar à população feminina informações que ajudem a identificar os sinais dessa patologia.

“Devido ao volume exagerado de gordura, o lipedema é bastante confundido com obesidade. Esse diagnóstico equivocado é prejudicial porque a paciente não recebe o tratamento adequado para a doença, que por sua vez é progressiva e se não tratada corretamente avança para quadros mais graves”, explicou cirurgiã plástica Patricia Lyra, cofundadora do Instituto Lipelife, centro de referência no tratamento do lipedema.

Embora ambas sejam doenças crônicas, obesidade e lipedema são patologias diferentes e cada uma requer um tratamento específico.

“Enquanto na obesidade o sobrepeso é uniforme, no lipedema o excesso de gordura atinge algumas partes específicas, provocando dores e inchaços nos membros afetados, hematomas por todo o corpo e muita exaustão”, informou a médica endocrinologista Lusanere Cruz, que atua no tratamento do lipedema.

Essa condição não tem cura, mas o tratamento especializado ajuda a combater os sintomas e a progressão da enfermidade, que acontece quando o volume de gordura aumenta, podendo comprometer até mesmo a mobilidade da paciente.

O tratamento da condição consiste na atuação integrada de diversas especialistas, como fisioterapeuta, nutricionista, educador físico, endocrinologista, angiologista e, em caso de indicação cirúrgica, um cirurgião plástico.

Larissa Musso, especialista em tratamento 

“Quando a pessoa trata o quadro como se fosse obesidade não alcança os resultados desejados, já que a gordura do lipedema não é eliminada apenas com dieta e atividade física emagrecimento. As terapias precisam ser específicas para o lipedema, incluindo fisioterapia, terapias de compressão e exercícios orientados”, esclareceu a fisioterapeuta Larissa Musso, especialista no tratamento do lipedema.

A médica cirurgiã plástica Patricia Lyra destacou, ainda, que é fundamental que as pacientes se comprometam com um estilo de vida saudável.

“Ter uma alimentação anti-inflamatória e se comprometer com a atividade física são medidas fundamentais para combater os sintomas da doença e evitar que essa condição evolua para estágios mais graves. E mesmo quando há indicação de cirurgia, a paciente precisa manter continuamente as outras terapias do tratamento conservador”.

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