O calote contra o sistema de crédito e recolhimento de impostos pode levar o devedor a ter sua foto exposta em um telão gigante, no meio de avenidas movimentadas, com seu nome na legenda.
A medida já é adotada em várias regiões na China e chega ao extremo de proibir que crianças sejam matriculadas em escolas se os parentes forem caloteiros.
Recentemente, um juiz de Hengshui, no norte da China, determinou que as escolas particulares de ensino secundário não aceitem matrículas de alunos cujos pais sejam considerados inadimplentes pelo sistema judicial.
As escolas particulares são agora responsáveis por verificar se os familiares dos alunos estão em algum cadastro de devedores definidos judicialmente.
Na decisão, lê-se o seguinte trecho: “Nós compreendemos o amor pelas crianças, mas a dignidade da lei e a autoridade do sistema judicial devem ser respeitadas”.
Essa medida não é isolada, mas parte de um conjunto de ações destinadas a reforçar a autoridade dos vereditos do sistema judicial chinês.
Por exemplo, um vídeo de seis minutos exibindo 100 inadimplentes é projetado nos cinemas locais no início de cada sessão, expondo o nome e a face de cada devedor ao público.
Na cidade de Nanning, a exposição pública dos inadimplentes vai às ruas, afixada nas laterais dos ônibus. Em Jinan, um imenso painel ao lado da estação de trem exibe os nomes e rostos dos devedores. Essas medidas garantem que, seja pelos cinemas, ônibus ou em lugares públicos, os inadimplentes estejam inevitavelmente expostos à execração pública.
Talvez a medida mais incrível seja aquela que altera o som das chamadas de celular.
Quando alguém tenta ligar para um inadimplente, em vez do toque normal, a chamada é substituída por uma mensagem informando que o destinatário está na lista de devedores, publicamente humilhando a pessoa toda vez que seu telefone toca.
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