Dois vereadores apresentaram projetos de lei que proíbem o funk nas escolas municipais de Vila Velha e o desfile de blocos de Carnaval na cidade Canela Verde.
Em seu discurso em defesa do projeto que impede a destinação de dinheiro público aos blocos carnavalescos e acaba com os desfiles em via pública, o pastor da Igreja Universal e vereador Devanir Ferreira (Republicanos), sugeriu "que os foliões pulem o Carnaval no meio do mato, cercados de arame farpado, pagando banheiro químico e segurança do próprio bolso."
Devanir disse ainda que nos blocos de Carnaval só têm maconheiro, cheirador de cocaína, sexo explícito e baderna promovidos com dinheiro público.
A fala desastrosa do pastor-vereador caiu como uma bomba no meio cultural do Estado.
O Conselho de Cultura de Vila Velha disse em nota que a defesa da proibição de blocos de rua "é um ataque direto à cultura popular e ao patrimônio imaterial de nossa comunidade".
A nota destaca que um dos papéis do colegiado enquanto sociedade civil e agentes da cultura é "defender as políticas públicas que pretendem contribuir para o acesso à cultura".
Ainda de acordo com o Conselho, é um direito de todo cidadão, assegurado pelo artigo 215 da Constituição Federal, que diz:
"compete ao Estado garantir a todos o pleno exercício dos direitos culturais e acesso às fontes da cultura nacional, apoiando e incentivando a valorização e a difusão das manifestações culturais, através da democratização do acesso aos bens de cultura".
Em Vitória, o colega de partido do pastor-vereador, o prefeito Lorenzo Pazolini (Republicanos) tentou por diversas vezes acabar com os blocos do Centro da Capital.
Tanto o projeto que proíbe o funk nas escolas, de autoria do vereador Heliossandro Matos, quanto o da proibição de blocos de Carnaval ainda não foram votados.
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