O que leva uma mulher agredida pelo companheiro a não representar criminalmente contra o agressor?
Essa é a pergunta que está bombando nas redes sociais desde à tarde deste domingo, 15, depois que a mulher de um Cabo da Polícia Militar decidiu não denunciá-lo por agressão.
O CASO
O militar foi flagrado em vídeo espancando um suposto ex-namorado da esposa, no pátio de uma casa de shows.
Ao tentar fazer com que o marido parasse as agressões, a mulher leva um violento soco no rosto e cai no chão.
O militar, enfurecido, retoma as agressões e só para de pisar a cabeça do homem caído após a chegada de um segurança.
Já na delegacia, a esposa agredida recusou-se a representar contra o militar agressor.
O ALERTA
Para a advogada Evandra Calmom, @evandracalmonoficial, que chegou a ser acionada para a defesa da mulher do militar, são vários os motivos que podem fazer a mulher desistir de denunciar o companheiro que bate, maltratada e até mata.
"Medo, dependência emocional e financeira. Essas são as causas principais. Mas há ainda a falta de acolhimento e excesso de julgamento social", explica Evandra Calmon.
Segundo a advogada, as situações de violência podem vir disfarçadas de ciúmes, o que faz a mulher se sentir importante e amada.
"Isso é muito perigoso pois leva a uma tolerância cada vez maior à agressividade que, na maioria das vezes, termina de forma trágica", afirma.
Ainda de acordo com a advogada, sem a vontade da vítima de representar contra os companheiros, as autoridades somente conseguem agir quando a situação já está fora de controle no caso de estar machucada ou morta.
"Independente da vontade da vítima em caso de indícios como testemunhas, vídeos e laudos médicos o agressor é denunciado pelo Ministério Público", disse.
Mín. 20° Máx. 22°