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Magno Malta entra na delação de Mauto Cid e se complica

Segundo o depoimento do ex-ajudante de ordens de Bolsonaro à Polícia Federal, Magno fazia parte do grupo que não aceitava a vitória de Lula. Senador nega as acusações.

27/01/2025 às 10h17
Por: Redação
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Foto internet
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Sempre ao lado de todos os presidentes que já passaram pelo Palácio do Planalto nas útlimas duas décadas, o senador Magno Malta (PL) entra de vez na delação premiada do tenente-coronel do Exército  Mauro Cid como um dos integrantes da ala radical que girava em torno do então presidente Jair Bolsonaro (PL) na tentativa de Golpe de Estado.

Magno Malta é citado no depoimento de Cid prestado à Polícia Federal. O grupo da qual Magno faria parte foi montado para encontrar a melhor estratégia para ser adotada após a derrota de Bolsonaro nas eleições de 2022, quando Luiz Inácio Lula da Silva (PT) saiu vencedor no segundo turno do pleito. O senador capixaba, no entanto, não foi indiciado pela PF no inquérito que apurou a tentativa de golpe no Brasil.

O teor do depoimento de Mauro Cid foi revelado pelo colunista Élio Gaspari, da Folha de S. Paulo e o Globo, no domingo (26/01). O anexo aborda as divisões internas no núcleo duro de apoio ao ex-presidente Bolsonaro. Como ajudante de ordens da Presidência, Mauro Cid prestava assistência direta a Bolsonaro e acompanhava o presidente em compromissos oficiais e reuniões. Ele afirma no depoimento que o ex-presidente Jair Bolsonaro trabalhava com duas hipóteses.

“A primeira seria encontrar uma fraude nas eleições e a outra, por meio do grupo radical, encontrar uma forma de convencer as Forças Armadas a aderir a um Golpe de Estado”, declarou à PF.

Mauro Cid informa no depoimento que “uma ala conservadora” defendia que o então presidente da República mandasse para casa os manifestantes bolsonaristas que acampavam próximo aos quartéis do Exército em várias cidades do País e se consolidasse como um líder de oposição.

Era um grupo “de linha bem política”, conforme descrito pelo tenente-coronel. “Diziam que o povo só queria um direcionamento.” Esse grupo, diz Mauro Cid, era formado pelos senadores Flávio Bolsonaro (PL-RJ) e Ciro Nogueira (PP-PI), então ministro da Casa Civil, pelo advogado-geral da União da época, Bruno Bianco, e pelo então comandante-geral da Aeronáutica, brigadeiro Carlos de Almeida Baptista Júnior.

O segundo grupo seria o dos “moderados”, que, de acordo com o tenente-coronel Mauro Cid, eram “totalmente contra” um golpe armado e temiam que aliados radicais de Bolsonaro levassem o então presidente a assinar uma “doideira”. Essa ala seria formada por Marco Antônio Freire Gomes, ex-comandante-geral do Exército, e por outros generais da ativa que tinham contato com Bolsonaro.

“Apesar de não concordar com o caminho que o Brasil estava indo, com abusos jurídicos, prisões e não concordar com a condução das relações institucionais que ocorriam no País, [eles] entendiam que nada poderia ser feito diante do resultado das eleições, que qualquer coisa em outro sentido seria um golpe armado, que representaria um regime militar por mais 20, 30 anos”, afirmou Mauro Cid no depoimento à Polícia Federal.

Havia ainda um outro grupo “moderado”. Eram aliados que defendiam que Bolsonaro deixasse o Brasil. São mencionados nominalmente o senador Magno Malta, o empresário do agronegócio Paulo Junqueira (Foto ao lado com Bolsobaro) e o ex-secretário de Assuntos Fundiários Luiz Antonio Nabhan Garcia.

Mauro Cid apontou o último grupo, o dos “radicais”. O tenente-coronel garante que havia uma divisão interna. Parte dos radicais queria achar uma fraude nas urnas. A outra parte “era a favor de um braço armado”. O primeiro grupo – descrito como os “menos radicais” no organograma de Mauro Cid – “tentava encontrar algum elemento concreto de fraude”. Era composto pelo então ministro da Defesa, Paulo Sérgio Nogueira, pelo presidente do PL, Valdemar Costa Neto, pelo senador Luís Carlos Heinze (PP-RS), pelo major da reserva do Exército Ângelo Martins Denícoli, pelo general Eduardo Pazuello, ex-ministro da Saúde, e “por um grupo de pessoas que prestavam assessoramento técnico”.

Já o braço “mais radical” é descrito por Mauro Cid como um grupo de pessoas “que se encontravam com presidente, esporadicamente, com a intenção de exigir uma atuação mais contundente”. O tenente-coronel afirma que essas pessoas “romantizavam” o artigo 142 da Constituição Federal – dispositivo que regulamenta a atuação das Forças Armadas – como fundamento para o golpe e acreditavam que, se colocasse a ideia em prática, Bolsonaro “teria apoio do povo e dos CACs (Colecionadores, Atiradores Desportivos e Caçadores)”. “Tais pessoas conversavam constantemente com o ex-presidente, instigando-o para dar um golpe de Estado”, declarou Mauro Cid à PF.

Fariam parte desse grupo Filipe Garcia Martins, ex-assessor especial da Presidência, os ex-ministros Onyx Lorenzoni (Casa Civil) e Gilson Machado (Turismo), os senadores Jorge Seif (PL-SC) e Magno Malta, o deputado Eduardo Bolsonaro (PL-SP), a ex-primeira-dama Michele Bolsonaro e o general Mário Fernandes, apontado pela PF como autor do plano “Punhal Verde e Amarelo”.

Sobre o senador Magno Malta, o tenente-coronel Mauro Cid diz: “…E por fim o senador MAGNO MALTA que tinha uma posição mais radical e se juntou ao referido grupo entendendo que o presidente deveria deixar o país”

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Rosete Eugênia Bergamo Gomes y Gomes Há 3 semanas Itaguaçu ESPara mim, não é nenhuma novidade ele estar envolvido
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