No que depender do vereador Vitor Louzada, de Colatina, no Noroeste do Espírito Santo, pessoas que tenham sido denunciadas, processadas ou condenadas por crimes de corrupção, violência doméstica e outras formas graves de violação de direitos humanos não poderão assumir cargos na administração pública da cidade.
O projeto de Louzada, na verdade, é um substitutivo à outra proposição do vereador que, na prática, dispõe sobre a vedação de nomeação e de manutenção em cargos comissionados da Administração Pública Municipal de Colatina de pessoas que tenham anotações policiais ou judiciais envolvendo desvios de verba pública e violência.
De acordo com a proposição, “o exercício de cargos públicos de confiança exige não apenas competência técnica e legalidade formal, mas também conduta ética, reputação ilibada e responsabilidade social diante da coletividade”, defende o texto do projeto.
O projeto, segundo o vereador, busca instituir critérios objetivos de integridade para a nomeação em cargos comissionados no Executivo Municipal, proibindo a investidura de pessoas que tenham contra si denúncias recebidas pela Polícia Civil, Ministério Público ou Justiça Estadual ou Federal por crimes de corrupção ou violência contra a mulher, criança, adolescente, idoso ou familiar, bem como aquelas condenadas por improbidade administrativa ou por qualquer violência contra mulher, criança, adolescente, idoso ou familiar com decisão transitada em julgado ou não.
O projeto ainda prevê a apresentação obrigatória de certidões e declarações que comprovem a ausência de envolvimento do indicado a cargo em comissão em práticas ilícitas ou violentas, podendo, inclusive, ser consideradas declarações de ONGs e conselhos de direitos humanos, como forma de garantir transparência e controle social sobre os critérios de nomeação.
Acusações
O Projeto chega num momento em que um secretário municipal de Colatina está afastado por acusação de assédio sexual e outro servidor segue sob investigação pelo mesmo motivo.
Caso não seja aprovado, o projeto lança sombra sobre os vereadores que, rejeitando uma lei que amplia a transparência, jogam dúvidas sobre suas reais intenções junto ao Executivo. Se for aprovado, o projeto obriga o prefeito Renzo Vasconcelos (PSD) a fazer um pente-fino em sua gestão.
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