Com remuneração básica de R$ 5.631,01 mais gratificações pela função, a esposa do vereador Anderson Goggi foi nomeada no gabinete do parlamentar entre dezembro e janeiro deste ano, contrariando a Lei número 6368, de setembro de 2005, que "veda ao vereador nomear cônjuge, companheiro ou parente, consanguíneo ou afim, até o segundo grau civil, para quaisquer cargos ou empregos em comissão na Câmara Municipal de Vitória".
Renata Fernandes Reblin chegou a receber o total de R$ 6.059,11 de salário e gratificação mais o tiquete alimentação de quase R$ 1 mil. Renata Fernandes teria sido contratada para cobrir as férias do titular do cargo, nomeado por Goggi, Gustavo Fernandes Coitinho. A substituição seria legal se a contratada não fosse esposa do parlamentar municipal e não recebesse salário, trabalhando a título de voluntariado.
Procurado, Goggi disse ao Portal Rede de Notícias que "houve um erro de comunicação entre o seu gabinete e a Mesa Diretora da Câmara de Vereadores de Vitória".
"Determinei a exoneração dela quando vimos que houve o pagamento de salário, o que é proibido por lei. Nossa intenção era apenas ter alguém de confiança no gabinete sem custos ao erário", afirmou Goggi.
Ainda de acordo com Anderson Goggi, assim que o dinheiro bateu na conta da sua esposa, foi pedido o estorno dos valores recebidos e o ressarcimento à Câmara.
"A Mesa Diretora cometeu um erro ao nomeá-la como servidora remunerada. A ideia era mantê-la como voluntária, uma pessoa de confiança na ausência do meu chefe de gabinete", afirmou o parlamentar.
A versão de Goggi tem falhas, já que para nomear uma pessoa em qualquer órgão público é preciso entregar uma série de documentos, exames médicos e até mesmo a conta bancária do futuro servidor.
Se não havia a intenção de receber salários, por que houve a entrega desta documentação, inclusive da instituição bancária onde o salário seria depositado?
Goggi disse que a entrega da documentação é de praxe e protocolar, e serviria para liberar a entrada da servidora na casa.
Mín. 20° Máx. 22°