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Vitória, ES
O bairro mais antigo de Vitória, Santo Antônio, continua sofrendo com o descaso do poder público.
Em uma caminhada pela avenida Santo Antônio, que corta todo o bairro, nossa equipe de reportagem encontrou muitos moradores de rua dormindo sob marquises, vazamento de água devido ao roubo de hidrômetros, além de muito lixo espalhado ao longo da via.
Não há contentores para o armazenamento de lixo até a coleta, o que faz com que cães, ratos e moradores de rua disputem os restos de comida, rasgando os sacos de lixo, espalhando sujeira e contaminação pelas calçadas.
Recentemente a PMV instalou papeleiras ao longo da avenida Santo Antônio.
O problema é que os pontos viciados permanecem e, com o aumento dos moradores de rua e sem contentores, a mistura de lixo e chorume (líquido contaminado e fétido) causa mal cheiro, atrai moscas e ratos.
Até um arrastão de hidrômetros já foi registrado na parte de baixo do bairro, próximo à rodoviária da cidade. O roubo deixou cinco residências e um prédio sem água. Os viciados roubam os relógios medidores para vender. Como há receptadores, os furtos são frequentes.
As calçadas são outro problema grave. Como a responsabilidade de manutenção e padronização é do morador, há muitos buracos, desníveis e rampas de garagem, que tornam uma simples caminhada um risco para os moradores e pedestres.
A PMV não fiscaliza. Uma borracharia, localizada na avenida Santo Antônio, atende seus clientes com carros sobre a calçada.
Igrejas evangélicas roubam o sono do cidadão, com alto-falantes à toda potência até depois das 22h.
Na manhã desta quarta-feira, 11, um vazamento de água jogava milhares de litros de água tratada literalmente pelo ralo. Por telefone uma atendente da Cesan disse que em até 24 horas uma equipe iria até o local.
Moradora do bairro há 60 anos, a pensionista Maria Rocha disse que a qualidade de vida na região caiu muito.
"Tenho uma filha com problemas de coordenação motora. Quase não saímos de casa porque as calçadas não têm condições. Muito lixo. Moradores de rua e o abandono do Carmelia completam nosso desespero", reclama a moradora.
Ela refere-se ao Centro Cultural Carmelia Maria de Souza. O local está sujo, depredado e sem qualquer utilidade para a comunidade. O lixo e o mato tomam conta do espaço.
Por meio de nota, a assessoria da PMV disse que o problema de vazamento do hidrômetro deve ser solucionado pela Cesan. Acerca das pessoas em situação de rua, a Secretaria Municipal de Assistência Social (Semas) informa que o atendimento inicial à pessoas em situação de rua é feito pelo Serviço Especializado de Abordagem Social (Seas).
Sobre o mato e o lixo que tomam conta do Centro Cultural Carmélia Maria de Souza, a PMV nada respondeu. Sobre a fiscalização das calçadas e igrejas, também não obtivemos resposta da assessoria.
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