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O perigo mora em casa: violência doméstica contra a mulher cresce no Brasil

Quase 260 mil vítimas foram registradas

29/07/2024 às 14h35 Atualizada em 29/07/2024 às 15h00
Por: Redação
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A advogada Gabriela Kuster alerta para o aumento da violência dentro dos lares brasileiros
A advogada Gabriela Kuster alerta para o aumento da violência dentro dos lares brasileiros

Realidade preocupante que desafia o Estado e autoridades em segurança pública, a violência contra a mulher segue em escala crescente.

Segundo dados do Anuário Brasileiro de Segurança Pública, o número de vítimas que sofreram algum tipo de agressão doméstica no ano passado foi de 258.941, o que representa um aumento de 9,8% em comparação com 2022.

Segundo a publicação, elaborada pelo Fórum Brasileiro de Segurança Pública (FBSP), o ano de 2023 registrou aumento em todos os tipos de violência cometidos contra a mulher. No próximo mês acontece a campanha Agosto Lilás, voltada para o combate e enfrentamento à violência contra a mulher.

Na maioria das vezes, as vítimas são agredidas onde mais deveriam encontrar segurança e acolhimento: o ambiente doméstico. 

“As mulheres não precisam estar na rua ou em bares para sofrerem violências. O lugar mais perigoso acabou se tornando a própria casa, pois quem mais agride e mata essas vítimas são os maridos, companheiros e namorados”, destacou a advogada Gabriela Küster, especialista em violência doméstica.

O feminicídio, definido pela lei como o assassinato de uma mulher somente por conta de seu gênero, apresentou um aumento de 0,8% em 2023 com relação ao ano anterior, segundo o anuário. E 63% desses crimes foram cometidos por parceiros íntimos.

“Em nome da família, muitas vítimas se calam, acreditando que são obrigadas a suportarem tais agressões, com a esperança de que seus agressores possam mudar milagrosamente. Essa crença tem um preço alto, que muitas vítimas pagam com a própria vida”, ressaltou a advogada.

Além da violência física, outros tipos de agressões foram cometidos contra as mulheres, de acordo com o anuário. As ameaças registraram um aumento de 16,5%, enquanto os crimes de violência psicológica apresentaram um crescimento de 33,8%.

“Existem as violências psicológica, sexual, patrimonial e moral. Humilhar, xingar, chantagear e ameaçar também são crimes que devem ser denunciados e punidos”, esclareceu a advogada Gabriela Küster.

Números:

- Em 2023, os casos de feminicídio apresentaram um aumento de 0,8% em comparação com 2022.

- 63% dos crimes de feminicídio foram praticados por parceiros, íntimos, 21,2% por ex-parceiros, e 8,7% por familiares.   

 

Fonte: Anuário Brasileiro de Segurança Pública 2023

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