24% das mulheres que disseram sim aos seus noivos no Brasil preferiram não adotar o sobremome do futuro marido.
A queda foi notada em um levantamento recente da Associação dos Registradores de Pessoas Naturais (Arpen-Brasil).
Em 2002, 59,2% das mulheres faziam questão de trocar seus sobrenomes.
A partir daí, no entanto, os cartórios começaram a registrar uma queda paulatina.
Em 2010, este porcentual já era de 52,5%. Atualmente, equivale a 45% dos matrimônios - índice ainda considerado alto.
Do ponto de vista prático, trocar o sobrenome envolve burocracia. Historicamente, é um atestado da submissão feminina.
Até 1977, quando a Lei do Divórcio foi implementada, a mulher era obrigada a adotar o sobrenome do marido e, em caso de separação, cabia ao homem autorizar a parceira a retirar o nome dele.
Só em 2002 um novo Código foi redigido e incluiu o conceito de que homens e mulheres são livres para escolher que sobrenome usarão depois da união.
“Até então, as leis refletiam os valores patriarcais do passado. Entendia-se que, ao se casar, a mulher deixava de ser propriedade do pai e passava a pertencer ao marido”, explica a advogada especialista em gênero Mariana Regis.
No ano passado, deixou de ser necessário entrar com um processo judicial para retirar o sobrenome do companheiro após o divórcio.
Agora o procedimento é feito em um cartório, sem grande burocracia.
O movimento ganhou força com a intensificação dos debates sobre pautas sociais.
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