Dólar e juros engataram novas altas enquanto o mercado de ações apresentou forte queda, em mais um dia de reações negativas às ações iniciais do governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT).
Investidores voltaram suas atenções ao longo desta terça-feira (3) às falas do novo ministro da Fazenda, Fernando Haddad, que intensificaram preocupações de que decisões políticas se sobreponham à necessidade de equilíbrio das contas públicas.
Houve piora dos indicadores, porém, no final da tarde, após o ministro da Previdência, Carlos Lupi (PDT), ter dito que quer criar uma comissão para revisar a reforma da Previdência aprovada no governo de Jair Bolsonaro (PL).
Temores no exterior quanto à desaceleração da economia global também contribuíam com a aversão aos investimentos de risco, prejudicando ainda mais os ativos brasileiros, principalmente no setor de exploração e distribuição de petróleo.
A moeda americana fechou em alta de 1,77%, cotada a R$ 5,4520 na venda, maior valor desde o final de julho. O Ibovespa, referência da Bolsa de Valores brasileira, recuou 2,08%, aos 104.165 pontos.
O ministro da Fazenda, Fernando Haddad (PT), discutiu com sua equipe nesta terça-feira (3) um amplo cardápio de medidas que elevam a arrecadação e reduzem despesas, gerando um impacto de até R$ 223 bilhões nas contas públicas.
Foi a primeira reunião oficial entre o novo titular da pasta e seu time de secretários e assessores jurídicos, na sede do órgão, em Brasília. Interlocutores ouvidos pela Folha ressaltam que as iniciativas elencadas pela equipe são cenários que estão sobre a mesa para discussão, mas ainda não foram alvo de decisão.
O levantamento foi feito para que Haddad tenha "noção do leque de possibilidades". A relação de medidas pelo lado da receita inclui o aproveitamento de créditos do ICMS (R$ 30 bilhões), a redução do alcance da desoneração sobre combustíveis na comparação com o ano passado (R$ 28,67 bilhões), a possibilidade de desfazer o corte de 35% nas alíquotas do IPI (Imposto sobre Produtos Industrializados) adotado pela gestão anterior (R$ 9,01 bilhões) e a revogação do corte de PIS/Cofins sobre receitas financeiras de grandes empresas (R$ 4,4 bilhões).
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