Sob forte pressão para que desista de sua candidatura à prefeitura de Vitória, a vice-prefeita da capital, Capitã Estéfane (Podemos), disse ao @rededenotícias.1 que não pensa em disputar as eleições se não for como cabeça de chapa.
Sondada pelo deputado estadual João Coser (PT) para ser novamente candidata à vice-prefeita, só que agora numa eventual legenda com Coser, rumo à PMV, contra a atual administração da qual faz parte, Capitã Estéfane chegou a soltar uma nota oficial reafirmando seu compromisso em disputar o comando da cidade.
Eu, Capitã Estefáne, já declarei de maneira recorrente e incisiva que sou pré-candidata à prefeita de Vitória. Não aceito mais ser candidata a vice-prefeita em uma chapa majoritária. Já sou vice-prefeita e, mesmo eleita, fui amplamente tolhida de participar da gestão. Não desejo mais postular o cargo de vice-prefeita. Minha pré-campanha está em plena atividade. No entanto, entendo que o diálogo, algo que não encontrei na atual gestão, é essencial para o crescimento de nossa cidade. Vitória é a nossa capital e sempre merece o diálogo. Por isso, estou sempre aberta ao debate para construir melhorias para nossa capital.Neste momento, estou em casa acompanhando meu filho pós-cirurgia, mas amanhã já estarei em encontro com meus apoiadores para mais um evento de pré-campanha.
O conteúdo da nota, além de afirmar a permanência da vice-prefeita na disputa, também é uma pedrada contra o atual prefeito de Vitória, Lorenzo Pazolini (Repúblicanos).
Isso porque o teor do comunicado remete aos lamentáveis episódios nos quais Pazolini acabou destratando sua vice publicamente. Numa delas, o prefeito chegou a arrancar o microfone das mãos de Capitã Estéfane durante uma solenidade. Pazolini comparou a Capitã com "um tambor, que faz muito barulho, mas é vazio por dentro."
Caso permaneça na disputa, a nota da Capitã já demonstra quais serão os motes da sua campanha: a denúncia do machismo institucional, o respeito e valorização da mulher na política, além da busca por igualdade na capital.
Capitã Estéfane diz ter o apoio do seu partido, o Podemos, e também da estrela maior da sigla no Estado, o deputado federal Gilson Daniel, para se lançar na disputa. O próprio Gilson Daniel sabe que não pode entregar o investimento que fez na carreira política de Capitã Estéfane de mão beijada e deve valorizar o passe da oficial.
A favor da Capitã conta a sua forte ligação com o bairro São Pedro, um aglomerado urbano que abriga boa parte da população mais carente de Vitória. A oficial seria a ligação entre a cidade empobrecida e a elite envidraçada da capital. Capitã Estéfane tem também bom trânsito na Polícia Militar, uma força institucional que não pode ser ignorada.
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