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Brasil 4 anos de trevas

Aumento de porrada e tiro contra mulheres está associado ao bolsonarismo, diz pesquisa

Incitação à violência e facilitação de armas

07/03/2023 06h55 Atualizada há 2 semanas
Por: Redação
Bolsonaro e sua política de violência contra pretos, pobres e mulheres
Bolsonaro e sua política de violência contra pretos, pobres e mulheres

O Fórum Nacional de Segurança Pública está preparando a divulgação de seu relatório com a coleta de dados relacionados à violência contra a mulher, bem como os estudos dos números para identificar causas e fatores de risco.

As estatísticas sobre casos de feminicídios em 2022 ainda estão sendo contabilizadas pelos órgãos de segurança pública, mas pesquisas já identificaram um pico nas demais formas de violência contra a mulher, que estão em seu nível mais alto desde 2017, início da série histórica. De acordo com o relatório, o bolsonarismo está atrelado à explosão de violência.

A pesquisa foi feita em conjunto com o Datafolha. Pouco mais de mil mulheres, de 126 municípios, foram entrevistadas ao longo da segunda semana de janeiro sobre casos de violência de gênero que tenham vivenciado.

Em 2019, com Bolsonaro recém eleito, 25,6% das entrevistadas afirmaram ter vivenciado algum tipo de agressão, ameaça, perseguição ou estrangulamento. Em janeiro de 2023, logo ao acabar o governo, essa porcentagem subiu para 35,6%.

“Este processo parece ter se intensificado na sociedade brasileira com a eleição do político de extrema-direita Jair Bolsonaro”, apontou o relatório. Na avaliação dos pesquisadores, dois aspectos de sua eleição, em 2018, serviram como combustível para o crescimento nos índices de violência contra a mulher: por um lado, sua vitória eleitoral empoderou movimentos contrários à igualdade de gênero.

Por outro, “foi em sua gestão que a violência política, a violência contra jornalistas (especialmente mulheres), e a radicalização de parte significativa da população se consolidaram”.

O estudo ainda cita uma outra pesquisa, realizada em parceria entre a Organização das Nações Unidas e a universidade de Monash, na Austrália, que demonstra um padrão internacional nesse tipo de crescimento na violência. Os pesquisadores analisaram três países que apresentaram picos semelhantes ao ocorrido no Brasil, e nos três casos, os perfis dos agressores coincidiram com os de extremistas políticos, e que estes se sentem legitimados quando demais extremistas agem de forma violenta contra mulheres ou reproduzem comportamentos machistas.

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