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Inadimplência bate recorde entre as famílias mais pobres

Comer é prioridade

20/12/2022 às 15h40 Atualizada em 20/12/2022 às 16h11
Por: Redação
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Dívidas aumentaram
Dívidas aumentaram

De acordo com a Pesquisa de Endividamento e Inadimplência do Consumidor (Peic), apurada mensalmente pela Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC), a porcentagem de famílias sem condições de pagar as contas atrasadas subiu de 10,6% em outubro para 10,9% no mês seguinte. Na comparação com novembro do ano passado, o aumento é ainda maior, de 0,8 pontos percentuais.

Sobre o nível de endividamento, a pesquisa apurou que 17,5% das famílias se consideram ‘muito endividadas’, o que representa um aumento de 2,7 p.p. em relação a novembro de 2021. Em contrapartida, o número de endividados, em geral, apresentou recuo no último mês. Na comparação com outubro, houve queda 0,3 p.p. na quantidade de brasileiros endividados no país, que atingiu 78,9% da amostra total.

Inadimplência aumentou entre os pobres

O levantamento também registrou o maior número de pessoas inadimplentes entre os que ganham até 10 salários mínimos desde o início da série histórica, iniciada em 2010. Ao todo, 34,1% consumidores atrasaram dívidas, o que contribuiu para que a porcentagem de famílias inadimplentes avançasse no último mês.

Para o planejador financeiro pessoal, Davi Augusto Rodrigues, não adianta dar respostas fáceis para quem possui poucas condições financeiras, para se livrar das dívidas. “É importante ficar atento também, uma vez que se entre em uma situação de dívida, em uma situação de inadimplência, que há programas de renegociação de dívida, há possibilidade de renegociação de dívida”, frisa.

“Isso pode ajudar essas pessoas que estão nesse tipo de situação. Muitas vezes a pessoa tem uma baixa renda, teve que entrar em uma determinada dívida, teve que pagar uma determinada dívida. Se essa dívida está pesando, ela pode tentar fazer uma renegociação, pode tentar alongar o prazo daquela dívida para deixar em parcelas um pouco mais suaves, que deixem mais fáceis de serem pagas”, completa o planejador.

O resultado foi ainda pior entre as mulheres. Na comparação com novembro do ano passado, o índice de mulheres consideradas ‘muito endividadas' subiu 3,3%, enquanto que, entre os homens, o aumento foi de 1,9%. Em geral, o público feminino é o mais endividado no Brasil, com 80,7% possuindo algum tipo de dívida no mês passado.

Aumentam inadimplentes há três meses

O levantamento também mostra que houve aumento entre os consumidores que estão inadimplentes há três meses ou mais. Segundo a confederação, de todas as famílias que estão na inadimplência, 42,5% estavam nesta situação há pelo menos 90 dias, no mês passado. Isso demonstra um aumento de 0,6 p.p. ante outubro e de 1 p.p. na comparação com novembro de 2021.

Segundo o diretor da Valorum Empresarial, Marcos Sarmento Melo, uma das saídas que os consumidores encontram para pagar as contas pode se tornar um ‘beco sem saída’, que são os empréstimos e crédito, além da modalidade de cheque especial.

“Aí veio também uma pandemia em que se fechava tudo e aumentou muito a quantidade de desempregados. É evidente que todas essas coisas afetam sempre os mais vulneráveis. Então aqueles que estão na pirâmide de renda mais baixa, por exemplo, tendem a ter seu poder de compra reduzido”, explica o especialista em finanças.

Para o educador financeiro e diretor do Instituto Eu Defino, Alexandre Arci, a melhor saída é o investimento por meio da poupança, para tentar garantir um pouco de segurança para as adversidades. “Isso serve para ele tentar se proteger um pouquinho de ações tão agressivas e, mais do que isso, a construir um fundo de investimento de proteção: a tão sonhada poupança, mas não como investimento e, sim, como proteção para momentos adversos”, opina.

 

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