Em 1988 o Brasil enfrentava uma grave crise econômica, que levou milhões ao desemprego e ao desespero.
Foi neste contexto que, no dia 29 de setembro de 1988, há 35 anos, o maranhense Raimundo Nonato entrou no voo 375 da Vasp com um revólver calibre 32.
Ele sequestrou um voo com 98 passageiros pra jogar o avião em cima do Palácio do Planalto.
Essa história vai parar no cinema. Em dezembro, estreia "O sequestro do voo 375", dirigido por Marcus Baldini ("Bruna Surfistinha")
O Brasil vivia uma crise com inflação e desemprego altíssimos. Nonato estava sem trabalho, todo endividado, e decidiu se vingar do presidente da República, José Sarney.
Ele se valeu da segurança frágil dos aeroportos na época e entrou armado num voo de Belo Horizonte para o Rio.
Após a decolagem, caminhou até a porta da cabine do piloto, deu um tiro que pegou de raspão num comissário de bordo e começou a disparar em volta da maçaneta.
As balas atravessaram, atingindo o painel de controle e ferindo na perna um co-piloto que estava de carona no avião. O comandante Fernando de Lima e Silva enviou um alerta para o Centro de Defesa Aérea e mandou o co-piloto do voo, Salvador Evangelista, abrir a porta
Nonato entrou mandando alterar a rota para Brasília, dizendo que ia jogar o Boeing 737 em cima do Sarney.
Em seguida, deu um tiro na cabeça do co-piloto, matando o pai de uma menina de 8 anos. Consternado, Lima e Silva mudou o curso do voo.
O avião se aproximou da capital com dois jatos da Força Aérea esperando ordens para abate-lo, se preciso. Mas o piloto avistou o aeroporto de Goiânia e fez uma manobra arriscadíssima pra neutralizar o sequestrador, que estava sem cinto de segurança e de pé.
Lima e Silva executou um tonneau (giro da aeronave sobre seu eixo longitudinal) e, depois, um mergulho em espiral de nove mil pés. Nonato desmaiou, e o piloto conseguiu pousar o avião.
Mas o sequestrador despertou antes de ser desarmado e rendeu o comandante. Os policiais cercaram o Boeing, e Nonato passou a exigir outra aeronave para concluir seu plano maluco.
Cinco horas depois, o maranhense entrou no outro avião com o piloto refém, mas foi baleado por policiais lá dentro. Ele foi levado a um hospital e se recuperava bem, mas, cinco dias depois, morreu em circunstâncias suspeitas.
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