Poucos dias após a eleição presidencial na Argentina, os preços dos produtos da cesta básica, como leite, pão, óleo e tomates, aumentaram de 40% a 50%.
O valor pago por verduras e carnes chegou a dobrar. E mesmo assim, ainda faltam produtos nas prateleiras como arroz, açúcar e biscoitos.
Aos 65 anos, Rafael Berritela, um pequeno empresário argentino, conta que sua última lembrança de calmaria na economia o remete ao início dos anos 2000, no primeiro governo de Néstor Kirchner.
"Com Cristina o câmbio ainda estava aceitável, tudo se complicou com Macri, mas a situação atual é a pior. E não dá para ser otimista com a eleição de Milei. Acho que vamos precisar voltar às ruas", diz Berritela.
O ministro da Economia, Sergio Massa, ordenou reuniões urgentes com os formadores de preços para conter os aumentos excessivos e negociar a transição.
Segundo relatos de seu círculo próximo, a frase que ele utilizou foi: ‘Se Milei quiser liberar todos os preços, que o faça depois de 10 de dezembro, porque isso prejudica as pessoas’.
Em princípio, nessa mesma linha, já houve uma reunião com grandes supermercados para evitar o impacto dos aumentos até 10 de dezembro, buscando aplicar aumentos menores.
Também não ajuda o fato de o presidente eleito não ter, segundo os empresários, um ministro da Economia designado nem um referente em assuntos de preços.
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